quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O LADO BOM DA VIDA

O Lado Bom da Vida - 2012 - Drama (classificação 12 anos)

CINE - EUA. A cinegrafia do diretor David O. Russel não é grande. Antes de "O Vencedor" ainda não havia emplacado um grande filme. Está certo que "Três Reis" é um longa divertido e que deu a oportunidade de dirigir astros em ascensão, como George Clooney e Mark Walhberg, mas foi a partir de seu filme que teve como estrelas os já consagrados Christian Bale, que ganhou um Oscar por sua atuação, e novamente Mark Walhberg, que  veio a consagração do diretor. 

Neste ótimo "O Lado Bom da Vida", indicado a 8 Oscars, inclusive melhor filme, melhor diretor e melhor roteiro adaptado, Russel voltou a priorizar a história, repleto de diálogos interessantes e personagens profundos e complexos, mesma fórmula do filme anterior.  

Essa estrutura privilegia os bons atores, deixando-os um pouco mais livres para improvisos. Não é à toa que dentre as indicações, 4 são para atuações (Os atores principais e os "coadjuvantes" Robert De Niro e Jacki Weaver, que fazem  os personagens Sr. Pat e Dolores, pais de Pat). Bradley Cooper e Jennifer Lawrence construíram muito bem os seus personagens e demonstraram uma excelente química, sendo brindados com as indicações, assim como Robert de Niro, que demonstrou estar em plena forma com uma atuação impecável. 

O filme se centraliza em Pat (Bradley Cooper), que, em razão de um trauma vivenciado com sua esposa se torna uma pessoa agressiva. Por isso passa um bom tempo numa clínica psquiátrica. Quando recebe alta tem que voltar a lidar com antigos fantasmas e tenta reconquistar o amor de sua esposa. Nesse caminho conhece Tiffany (Jennifer Lawrence), que também teve que lidar com um acontecimento trágico ao mesmo tempo que deseja realizar um grande sonho.

As complexidades de caráter de ambos são claras e as suas dificuldades os levaram a serem quem são. Isso é mostrado de forma maravilhosa pelos atores que demonstram a carga de cada personagem sem cair para o caricaturismo. Por isso, naturalmente, as situações acontecem, sejam cômicas ou dramáticas, dando um equilíbrio de sensações para quem assiste à película.

No final, "O Lado Bom da Vida" é um divertido filme dramático, com personagens bem construídos e diálogos interessantes. Se você curte degustar boas atuações com situações divertidas e dramáticas, esse filme é uma pedida certa.  


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

DJANGO LIVRE


DJANGO LIVRE - Quentin Tarantino - Western - 2013 (Classificação: 16 anos)

CINE - EUA. Quando se trata de um filme de Tarantino, já sabemos o que esperar: violência estilizada, personagens bem caracterizados e diálogos ferozes. Django Livre, primeiro faroeste de sua carreira, não decepciona os seus fãs que assistem a todos esses elementos e mais alguns luxos. 

É o primeiro diretor que "convence" Leonardo DiCaprio a fazer o papel de um vilão e como Calvin Candie o ator demonstra o quanto Jack, de "Titanic", foi apenas um personagem de sua biografia, que o ator soube utilizar para atingir outros níveis. E aqui, ele demonstra que sabe fazer um vilão contra quem torcemos com um sentimento de admiração e nojo. Tomara que tenha gostado da experiência e que viva outros vilões nas telonas.

Cristoph Waltz está de volta em uma versão maravilhosamente boa do Coronel Landa, de Bastardos Inglórios, que lhe rendeu um Oscar de melhor ator coadjuvante. Impressionante como sabe prender o público com um personagem que mistura ironia e senso de humanismo. Mesmo tendo algumas características de seu personagem "tarantinesco" anterior, como o humor afinado, a nacionalidade alemã e a vasta cultura, não nos cansamos dele e ficamos hipnotizados em cada cena do Dr. King Schultz, um caçador de recompensas, falso dentista, que adota o personagem principal e lhe ensina o seu ofício. Merecidamente ganha outra indicação à estatueta de ouro. 

O personagem principal ("Django, com D mudo") é vivido pelo também premiado ator Jamie Foxx, que atua como um escravo liberto por Dr. Schultz e que deseja resgatar a sua esposa, Broomhilda von Schaft, escrava que teve donos alemães e que foi separada de seu marido em um ato de punição de seus antigos senhores. 

Após cumprir algumas missões com seu mentor, Django vai em busca de sua amada com a ajuda de Schultz. Ambos descobrem que ela se tornou escrava em "Candiland", grande propriedade do personagem de DiCaprio, que cria escravos para lutarem entre si, aproveitando, talvez, a moda do MMA.

Outra agradável surpresa é o escravo vivido por Samuel L. Jackson, antigo parceiro do diretor. Ele atua como um chefe dos escravos, humilhando os negros e atuando como um assistente nefasto de Calvin Candie. Os diálogos que desenvolvem com seu patrão são engraçados e recheados de ironia e humor negro. 

A caminhada rumo ao resgate de sua amada mistura vingança, contra seus antigos senhores, e metáforas, pois, como é explicado no filme, o nome de Broomhilda remete a uma personagem das lendas germânicas que estava presa e foi resgatada por seu amado. 

Apesar do final do terceiro ato demorar um pouco e não ser o melhor filme de Tarantino, com certeza já é um dos melhores filmes do ano e merece todos os elogios que está recebendo. Vale muito a pena assistir.




segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

MEU NAMORADO É UM ZUMBI


MEU NAMORADO É UM ZUMBI – Jonathan Levine – Drama – 2013 (Classificação 10 anos).

CINE – EUA. Mais do que nunca estou certo que vampiros e zumbis estão na moda e neste embalo da saga da  crepúsculo e The Walking Dead, por que não juntar o romance de um com a temática do outro? Isso mesmo, foi o que o Diretor Jonathan Levine fez em Meu Namorado é um Zumbi.

Confesso que assistir esse filme foi um acidente cujo não pude reparar. Comprei ingressos para assistir o tão falado Les Miserables, porém ao chegar no cinema de um famoso shopping da zona sul carioca descobri que o filme não estava em cartaz lá, daí minha namorada teve a brilhante idéia de pedir para trocar os ingressos para outro filme, no entanto todos os filmes estavam com os ingressos lotados, exceto este, por que será? Trocamos e esperamos uma hora por ele... mas sem esperar muito tendo em vista o nome dado ao filme...

O filme é uma adaptação do "Livro Sangue Quente" de Isaac Marion. É teen, tem romance e tirando as baboseiras que definiram como comédia o filme pode ser até atraente para a faixa etária indicada, mas é só isso!!!!

Num cenário do tipo The Walking Dead o enredo do filme se desenrola numa cidade dividida entre humanos, zumbis e esqueletos. Os humanos, em estado de sítio, convoca, de tempos em tempos, um grupo de soldados treinados para buscar mantimentos no lado dos zumbis. Como sabemos zumbis se alimentam de carne humana e aí que a história se desenrola.

Num dessas idas a zumbi lândia acontece o encontro em R (zumbi) interpretado por Nicholas Hoult e a humana Julie, interpretada por Teresa Palmer. Neste encontro cheio de lutas e tiros R come o cérebro do namorado de Julie e a partir daí absorve suas lembranças.

Daí R começa a se interessar por Julie ao ponto de não deixa-la voltar para o lado humano da cidade e a partir daí passa a protegê-la dos demais zumbis e caveiras, estes últimos se alimentam de coração. A partir daí rola aquele intercambio entre zumbi e humano.

Para mim zumbis não pensavam, ora bolas são mortos-vivos, mas neste filme o zumbi teen R , além de pensar, se apaixona e descobre que de seu relacionamento  com Julie gerou mudança em seu estado zumbiresco e após perde-la, R decide ir em busca de Julie no lado humano da cidade, o que gerou uma guerra generalizada entre zumbis, humanos e esqueletos. Não sei bem ao certo o que alterou os contaminados, mas o amor fez parte desta mudança.

Seria muito do sem graça se contasse o final e fiquei completamente chocado com os aplausos no fim, mas certamente essas mudanças trouxeram paz entre a comunidade zumbi e humanos... a dica é: se você não tem nada pra fazer e não se importar em gastar dinheiro se arriscando a ver um filme esdruxulo, vá; caso contrário fique em casa e veja The Walking Dead, é bem mais empolgante!!!!


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

LINCOLN



LINCOLN - Daniel Day-Lewis e Tommy Lee Jones -Drama – 2012 (Classificação 12 anos).

CINE – EUA. Lincoln, interpretado por Daniel Day-Lewis, é o tipo de filme que me atrai. É longo, cheio de detalhes e principalmente rico em história, para alguns pode parecer chato e cansativo com seus aproximadamente 153 min, mas confesso que para mim foi cativante.

O filme foi baseado na biografia de sua vida: Team of Rivals: The Political Genius of Abraham Lincoln de Doris Kearns Goodwin e o enredo se desenvolve durante a guerra civil americana, entre 1861 e 1865, no qual a parte sul onde a base da economia se dava através de força e escrava e o norte onde os ideais de liberdade gritavam para todos, inclusive negros.

O filme de fato trouxe um ar de jurídico-político em torno do poder executivo e legislativo americano. Vemos um Lincoln cheio de humor, cativante com histórias e parábolas e bem pensativo, carregando sobre seu governo uma guerra civil, a pressão de assinar a emenda que tornaria a América livre da escravidão e a tormenta da morte do seu filho. Ele conseguiu acabar com a guerra, manter a Federação unida e ainda acabar com a escravidão.

Até então nada que a história talvez não contasse, no entanto destaco o papel de sua esposa Marry Todd Lincoln, interpretada por Sally Field. Essa sim era uma mulher firme, participante ativamente nas questões políticas do governo do seu marido, numa época onde mulheres não votavam, contudo altamente atormentada pela morte de seu filho anos antes.

Quanto a detalhes técnicos, cenografia excelente, maquiagem impecável e fotografia espetacular ao ponto de me sentir transportado numa máquina do tempo. Tiveram apego aos detalhes como cacoetes de personagens e o inglês da época.

O filme acaba da mesma maneira que a história conta, mas vale a pena ver para ter uma noção de como aconteceu na época!